Caros Amigos e Principalmente Discípulos.
A paródia abaixo, genial, é corriqueira nas propostas de dissertação e teses de muitos empolgados alunos, e também presente em animadas discussões em rodas de professores sobre as propriedades tangíveis do vácuo. Coisas comuns em países em que a escrita e o conhecimento não são valorizados. Uma metade de seus habitantes não sabe escrever e outra metade não gosta ou não sabe ler. E isto resulta no pouco valor que se dá a quem se presta a essas lides. Agora que você (aluno) está no centro do furacão e “sob prazer” se vê obrigado a produzir artigos e elaborar um trabalho acadêmico escrito de muitas páginas vai entender claramente a “facilidade” de produzir e se expor por escrito uma base lógica de argumentação fundamentada que satisfaça, troianos, gregos, orientadores, bancas, referees, editores, a academia, a CAPES, o CNPq, o bispo, a esposa, os filhos, a sogra, a vizinha, e a PqP, ... , tudo isso sem macular o vernáculo. Todos devem ler a sua obra e entender aquilo que estava “muito claro” na sua cabeça. Veja que moleza é fazer isso, portanto, fique feliz com a missão !
Braços. Oduvaldo
Pergunta: Alguém sabe me explicar, num português claro e direto, sem figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão "no frigir dos ovos"? Resposta: Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. Como rapadura é doce, mas não é mole, nem sempre você tem idéias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa. E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas. Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo. Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos. Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão. Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo na s mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese... etc.). Achando que beleza não põe à mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou. O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente. Por outro lado, se você tiver os olhos maiores que a barriga, o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco... A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas que m não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro vinho. Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda. Entendeu agora o que significa "no frigir dos ovos"? |
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